"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo" - Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Insight



Não escrevo poemas, nem poesias.
Não entendo bem de rimas, 
Mal consigo tirar o bom de dentro de mim.

Eu posso pegar as palavras e jogar numa folha,
posso imaginar minhas tristezas e delas tirar minha inspiração.
Posso correr pra te ver indo embora e desta dor fazer versos pesarosos.
Também consigo imaginar o que não existe e nesta loucura
invento um motivo para te escrever.

Por que estou longe do ponto que vejo?
não toco em meu desejo
distante me encontro da realidade que sonho alcançar
e não enxergo o final das contas,
e dentro de mim meus ossos estão secos

Pegar o que sobrou é o que me resta.
Viver o que restou é o que tenho no momento
em cada momento busco uma nova chance,
quem sabe um novo recomeço,
e eu jamais pensei que o insight aconteceria.

Mas amor, o encanto acabou.
a novidade em teus olhos chegou ao fim
o que me prendia, me soltou
e finalmente, olho para mim.

Não! não deixei de te amar.
Absurdamente grande é você aqui dentro,
ainda me toma por inteiro,
só que uma hora eu tinha que parar.

Quero que saiba, amor,
os teus olhos ainda me constrangem,
tua presença ainda é meu desejo constante
e penosamente te quero ao meu lado,
mas a luta cessou
e minha espada guardei.

Perfeitamente não me quero ao teu lado,
nem admito mais esse desrespeito,
te olho, te desejo: hoje me calo,
sentindo meu castelo desabando,
meu conto de fadas acabando,
e a pessoa quem tanto amo
não percebeu que, 
com as próprias atitudes perdeu o encanto.

Meu erro não foi te amar muito,
não foi te dar meu mundo,
muito menos te fazer tudo,
foi fechar os olhos para o reflexo do teu espelho
não enxergar o quão era imperfeito
mas te ver assim: inatingível, inalcançável,
esquecendo-me de mim 
fiquei em fragmento.

E virei uma semente numa terra infértil
plantada sozinha, num campo hostil
gritando por alimento
e morrendo neste chão barrento.

Finalmente reboquei este chão
Enchi com a imagem de meu próprio espelho,
Enxerguei a menina que sou
e cresce, devagar, as plantas em meu terreno.

Textro escrito por: Juliana Peixoto

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