Carta de Pero Vaz de
Caminha nos dias atuais
Senhor e
senhora(senhoras, pois é o que tem mais por aqui), há um número
maior de mulheres do que de homens...
Pois bem,
escrevo a vossa alteza a nova do achamento desta vossa terra.
Ao amanhecer,
não houve tempo chuvoso, o clima aqui é seco, chega a ser pavoroso
o calor e a falta daquela brisa e da paz de alguma sombra.
Eu e os
tripulantes ficamos boquiabertos quando saimos para as ruas, não há
nesta terra o cortês, a educação de um simples Bom Dia, enfim...
Não há
apenas uma feição, são inúmeros, são pardos, negros, brancos,
amarelos, apesa r de não serem azuis ou verdes, mas a cabeleira
deles são assim: azuis, verdes, cada penteado... Uma pena que alguns
não possuem cabelos.
O
interessante é que ninguém se parece com ninguém, com um punhado
de formosura. As senhoritas parecem que saem de suas residências sem
os panos das suas vestimentas, mesmo dirigindo-se até a esquina, oh,
estão nuas!
Bom, no
começo estranhei, mas achei uma boa ideia para ser usada na Europa,
faria um estardalhaço com as moças.
A beleza aqui
é inflamante, diferente, ousada, sem pudor, é mostrada e
escancarada aos olhos do povo. Um povo que acorda cedo, antes do
amanhecer em alguns casos, eles vão a um lugar no meio da calçada,
ficam lá vendo aqueles “carrocetes” enormes, eles param e a
multidão entra, é o ofício que os chama.
Infelizmente,
ninguém é perfeito por essas bandas brasileiras, há seres
corruptos, influenciáveis, trajados de terno, gravata e fardados com
uma elegância, tudo é disfarce, a política entorta as morais do
homem e corrompe uma parte da população, a política é uma espécie
de indústria, mas sem utilidade... É muita gente para pouca função
ocupável.
Outro ponto
negativo é um amaranhado de ritmos escabrosos e esdrúxulos, há o
“funk” que engravida e a cultra que faz os jovens tremerem, eles
fogem da cultura como o cão foge da cruz do Todo Poderoso.
Falta um
apelo maior por estrutura competência, é uma quantidade enorme de
fauna, flora, cerrado, caatinga, mares sim, isso é notável, mas não
há qualidade nos direitos básicos: saúde, educação, trabalho...
O perigo do povo e como eles mesmos dizem é que há o "jeitinho
brasileiro”.
O estudo
ainda se esticará, mas em suma, ainda acrescento que vi uma
honestidade esperançosa, belas paisagens, litorais diversos, boa
comida, um tempero especial, um fascínio pelo que é palpável e um
suor de gente que tem esperança em dias brandos, em uma nação
justa.
Não beijo as mãos de
Vossa Alteza,
Deste Brasil, hoje 30
de Agosto de 2012
“Marcelo” Vaz de
Caminha.
Texto escrito por: Marcelo Cândido
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